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Tormenta

Ele se levantou tarde, o calor era absurdo, por volta dos quarenta graus, coisas do Rio de Janeiro.
Ele enxugava o suor do seu rosto e se acomodava na cadeira de sempre para compor suas frases cruas sem entender o que se passava do lado de fora.
Tinha em seus pensamenos uma incerteza comovente, que nem ele a conhecia.
Tinha em suas mãos a mulher mais desejada, mas não a desejava.
No início eram os mais belos amantes, mas justamente naquele dia ele não a procurou, ela também não fez questão de o encontrar.
Não era o fim do mundo. Era somente o fim de tudo.
Ela o entendia assim.

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